Na próxima segunda-feira, dia 24 de abril de 2023, acontecerá uma reunião muito importante que irá dar uma noção do que irá acontecer com os aeroportos no Rio de Janeiro. Atualmente o Santos Dummont tem protagonizado o movimento, mas as autoridades estão perdidas e não enxergam o óbvio.

Anúncios

Assim como no Rio de Janeiro, outras cidades possuem mais de um aeroporto, sendo pelo menos um internacional e outros regionais. Um dos exemplos é São Paulo com Congonhas e Guarulhos, Nova York com JFK, LaGuardia e Newark, Paris com Charles De Gaulle e Orly, Londres com Heathrow, London City e Gatwick, entre outros.

Anúncios

Se formos traçar um paralelo conseguimos tirar algo que todos tem em comum, porém que no Rio de Janeiro ocorre justamente o contrário, que é a questão do preço.  Todos os aeroportos citados acima tem os seus voos mais caros para os aeroportos mais próximos do centro, como se você pagasse um “premium” para pousar próximo ao centro da cidade, e é isso justamente que é um “balanceador” de tráfego.

No Rio de Janeiro ocorre exatamente o oposto, e inclusive enviamos um print para o prefeito do Rio de Janeiro no Twitter mostrando que atualmente é mais barato sair do SDU e conectar em GRU do que sair direto do RioGaleão.

Ora, para concorrência, se o valor está mais caro no RioGaleão, é óbvio que a grande maioria dos passageiros irá comprar a passagem para o seu destino via GRU com conexão no SDU. O mesmo ocorre com voos domésticos. Se esses estiverem mais baratos via SDU, ninguém irá comprar via GIG.

Inclusive o chefe de finanças da Azul disse em entrevista a Aeroin uma barbaridade ao afirmar que “O cliente é soberano”, pois isso nunca na história foi verdade. O cliente na verdade é refém, inclusive nos EUA, muitos que vivem na cidade de Dallas se auto denominam “Hub captive”, porque não existe outra escolha senão aquela.

Se a Azul acreditasse na soberania do cliente JAMAIS investiria em Viracopos, pois é um aeroporto que ninguém quer passar, não tem estrutura, uma sala vip decente sequer, mas pelo preço, a grande maioria dos passageiros se sujeita a conectar lá, e isso não soberania dos clientes e sim cativeiro de clientes.

O cliente é refém do preço, e o próprio chefe de finanças da Azul sabe muito bem disso, pois quando era responsável do programa TudoAzul não admitia a ideia de conceder certificados de upgrades para clientes elite, pois alegava que os mesmos deixariam de comprar a classe executiva e passariam a “contar” somente com o upgrade.

Então, no final de todos os impasses, a realidade se impões pura e simplesmente pelo bolso do passageiro. Não é por causa do acesso ou da violência. Você realmente acha que alguém pagaria 1 mil ou 2 mil reais mais caro numa passagem para evitar a Linha vermelha?

O SDU cresceu porque o valor cobrado dos passageiros nesses últimos anos ficou abaixo do RioGaleão. Estamos nessa vida de voos frequentes desde 2006, e nos lembramos perfeitamente de que naquela época para viajar dentro do Brasil o melhor aeroporto de saída do Rio de Janeiro era o RioGaleão, e isso em função do preço, caso contrário seria muito mais prático pagar o mesmo valor e sair do Santos Dummont, nem que para isso precisasse ser feita uma ou duas conexões.

Então fica a dica para o prefeito e autoridades interessadas. Se querem o RioGaleão novamente como protagonista do Rio de Janeiro, deem um jeito de reduzir os custos lá para as cias aéreas de forma que essas possam oferecer voos mais baratos chegando e saindo do RioGaleão, pois essa é a única forma real de aumentar o movimento. Conversem com a Changi e tentem de alguma forma reduzir o “landing fee”, “parking fee”, “gate time fee” e o “slot fee”, pois certamente no SDU esses valores são menores e permitem que as cias aéreas ofereçam voos mais baratos.

O RioGaleão é um excelente aeroporto e o melhor do Brasil na nossa opinião. Já contou com rotas como Rio – Los Angeles – Tokyo com a Varig, e tem muita história. O que o aeroporto precisa é de redução de custos para permitir o retorno dos clientes. Ninguém compra passagem aérea pensando na Linha Vermelha ou proximidade do centro, a grande maioria dos passageiros vai pelo bolso, e o resto é conversa. Essa é a realidade!