[dropcap]A[/dropcap] United Airlines pegou muitos de surpresa nessa madrugada ao anunciar o novo método de qualificação elite para 2020 e diante. A partir do próximo ano não será mais possível receber milhas de qualificação por distância voada e sim pontos com base no gasto e segmentos de voo.

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Isso, a princípio pode parecer ruim, mas a empresa estará levando em consideração qualquer tipo de gasto ocorrido no cia aérea diferente das concorrentes, como por exemplo compras de assento, compras de upgrade, entre outros.

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A partir de 2020 você receberá status com base no Premier Qualifying Points (PQP) e Premier Qualifying Flights (PQF). Você receberá 1 PQP por 1 dólar gasto, e também será possível receber PQPs em voos da Star Alliance, o que não acontecia antes. Já o PQF é 1 segmento de voo.

Para a qualificação de 2020 serão necessários, além dos 4 trechos mínimos a serem voados em voos puramente United, os seguintes requerimentos:

  • Premier Silver: 12 PQF + 4.000 PQP ou somente 5.000 PQP;
  • Premier Gold: 24 PQF + 8.000 PQP ou somente 10.000 PQP;
  • Premier Platinum: 36 PQF + 12.000 PQP ou somente 15.000 PQP;
  • Premier 1K: 54 PQF + 18.000 PQP ou somente 24.000 PQP;

A nova estrutura ficou em linha com o novo sistema de upgrades que será lançado em Dezembro desse ano, pois a categoria elite Premier Platinum já receberá pontos suficiente para fazer upgrade e ainda poderá “furar fila” se assim desejar utilizando mais pontos.

Essa alteração da United em um primeiro momento parece dificultar a obtenção do status elite para quem voa longas distâncias, porém gasta pouco com a cia aérea, no entanto, isso aqui consideramos que foi uma “escorregada” da United. Por que? Porque anteriormente em voos longos muitos clientes fiéis escolhiam United ao invés de ANA, Lufthansa, Swiss, entre outras cias da Star Alliance em função da qualificação, já que Star Alliance não contava até então para crédito de milhas de qualificação e o programa Million Miller. Ao meu ver isso vai acabar por “forçar” quem voa grandes distâncias, tanto em executiva como em econômica a escolher outra cia aérea para receber mais crédito de qualificação.

A tabela de crédito das parceiras já foi divulgada, e está melhor do que as concorrentes concedendo o número de milhas dividido por 5 e 6 a depender da parceira, o que satisfaria facilmente o requerimento de PQP. E isso traz o programa da United bem próximo do da American Airlines, onde é melhor voar com as parceiras do que a própria American em voos de longa distância com valores menores, como por exemplo no momento atual, voar Latam entre Brasil e EUA caso o itinerário seja o mesmo pelo mesmo valor. Só que nesse caso existe um diferencial, caso você voe de executiva super promocional pela Lufthansa ou qualquer outra parceira o valor será o mesmo, cerca de 2.400 pontos para um voo entre Brasil e Europa. Já na Azul o número fica cerca de 2 mil pontos numa executiva promocional entre EUA e Brasil.

Para os Brasileiros acredito que isso tenha sido ruim para alguns e bom para outros, pois a Lufthansa tem tido promoções muito boas de classe executiva juntamente com a Swiss por 4 mil reais ida e volta para a Europa, e no caso de quem pega 2 passagens dessas vai estar bem próximo da qualificação intermediária do programa. Já quem voava grandes distâncias pagando pouco será melhor ainda, DESDE QUE AS MILHAS BÔNUS VOADAS DAS PARCEIRAS CONTINUEM EXATAMENTE COMO SÃO HOJE, uma vez que o necessário de gastar um total de 18 mil dólares mais 54 segmentos de voo para atingir o status máximo, ou apenas gastar 24 mil dólares pode se tornar algo em torno de 50 mil reais (12.5 mil dólares) considerando passagens média para a Europa a 2 mil reais com as parceiras e para os EUA com Copa/Avianca/Azul, lembrando que tudo conta para esse gasto, mesmo assim para nós Brasileiros, esse nível é algo alto, mesmo atentando para o fator Star Alliance que poderá reduzir muito esse gasto.

Como disse acima, ainda não é possível julgar com precisão se ficou melhor ou pior, a não ser para o tipo de perfil de viajante acima. Inegavelmente a empresa aérea, assim como as demais está privilegiando quem gasta mais em cima daquele que voa mais, e isso como já dissemos aqui várias vezes consideramos um erro. 

Agora, será interessante ver o movimento das demais cia aéreas nessa questão, mas meu palpite é que a Delta nada irá fazer a American pode elevar o gasto mínimo de EXP dos atuais 15 mil dólares para 18 mil dólares. Caso nenhuma das duas concorrentes nada mude, isso pode deixar uma situação delicada para a United que se perder muitos clientes elite, por mais que sejam considerados “Cheap Elites” poderá ter de rever mais uma vez a forma de qualificação ou implementar mudanças para ajudar o cliente chegar lá mais rápido, como por exemplo inserir multiplicadores de tarifa.

No final tudo dependerá do perfil do viajante, e quem compra passagens promocionais com a Star Alliance será o mais beneficiado nesse novo tipo de qualificação. Quem comprou a passagem bug da China, a hora de qualificar por distância é essa. O que acharam das novas mudanças? Será melhor ou pior para o seu tipo de perfil?