A United ontem divulgou sua mais nova classe de tarifa, a econômica básica, já praticada pela Delta, e já anunciada a intenção de ser adotada pela American Airlines. Esse tipo de tarifa surgiu primeiramente na Delta, com a intenção de competir com as empresas Low Cost como por exemplo Spirit, Frontier, e Southwest. A United, na minha opinião, cometeu um erro crasso, pois foi muito bem em tudo, exceto no momento de não permitir a entrada do passageiro com mala de mão a bordo, e isso pode ter dois impactos muito piores do que o esperado. Antes de continuarmos veja abaixo como ficou o quadro da tarifa de econômica básica da United.
Eu considero esse tipo de tarifa um erro, pois o passageiro é movido a comprar passagens aéreas primeiramente pelo bolso, e em seguida pelos benefícios. Todavia, na atualidade, é muito difícil encontrar passageiros que optam pela passagem mais barata sem ao menos uma mala de mão, que até então era um benefício garantido em todas as cias aéreas, independente de serem low cost ou não. Outro erro, porém de menor gravidade é a questão das milhas qualificantes, pois de que adianta receber milhas, que serão bem poucas em função do valor da passagem, mas não contar nada para qualificação, o que na minha opinião é quase um convite a não voar com a cia aérea. Com isso, estando todas no mesmo valor, acredito que a preferência do mercado ainda será Spirit, Frontier, Southwest, e então United, até porque essa fiscalização de bagagens de mão no último grupo de embarque pode gerar atrasos na saída do avião, e que consequentemente irá reduzir a performance e confiança da empresa no cumprimento de horários.
Vale notar que essa classe tarifária foi anunciada tão logo Scott Kirby, o ex-presidente demitido da American Airlines, chegou a United. Pode ser que dê certo, mas eu sinceramente duvido, pois esse tipo de tarifa cria um dilema, principalmente para os passageiros frequentes que deram a sua preferência para a empresa para depois se verem punidos caso decidam pagar um pouco a menos. Sou a favor de alguns tópicos como cobrança de bagagem despachada, não seleção de assentos, embarque por último, e impossibilidade de alteração do voo, porém tirar benefícios já consolidados ao longo do tempo daqueles mais leais a cia aérea me parece extremo. Só o tempo dirá se irá dar certo ou não, e já adianto que na Delta não deu, de acordo com o Ex-CEO Richard Anderson, porém eles mantém a tarifa para punir mesmo os passageiros que querem pagar menos.
Essa construção de econômica básica nada mais é do que cobrar mais pelo que você já estava acostumado a pagar, uma vez que essa tarifa dificilmente será menor que a atual econômica, mas sim de mesmo valor, e de outro lado irão cobrar mais na econômica “cheia”, aquela passagem em que então você terá todos os benefícios elites, mas vejamos que benefícios são esses para um elite top? Despachar bagagem, embarcar primeiro, selecionar assento, e “tentar” upgrade. Ora, se sou eu viajando, abro mão de tudo isso se a passagem for mais barata, e daí surge outra questão: Qual cia aérea viajarei? Se todas tiverem o mesmo preço eu escolheria uma das low-cost, primeiro em retaliação às grandes cias aéreas que irão me punir por gastar menos, e em segundo, porque já que receberemos milhas por gasto, e nada melhor do que receber naquelas cias que permitem um resgate mais transparente e acessível como Southwest, Alaska, e Jeblue. Para terminar é impossível saber o que irá acontecer no futuro, mas eu dou o palpite que o efeito procurado pelas grandes cias americanas que estão introduzindo esse conceito no mercado não serão o que elas esperam. Recomendo sempre dar uma olhada na construção da tarifa a partir de agora para que você não seja surpreendido no aeroporto. Boa Viagem.
*Imagem retirada do site oficial da United.