Ontem, os controladores das empresas aéreas em questão anunciaram uma intenção de fusão, na tentativa de mitigar os prejuízos e tornar viável a continuação da prestação do serviço de transporte aéreo no Brasil, mas será isso suficiente?
Ambas as cias aéreas que estão com intenção de fusão não estão no Azul, mas longe disso, e não basta uma readequação da malha para começar a lucrar nas rotas, sendo hoje o maior problema de custo para a aviação doméstica a alta do dólar, que impacta diretamente no custo de operação de qualquer rota.
Então o grande culpado na verdade é o governo, sim, pois nenhuma cia aérea conseguirá sobreviver no Brasil com um custo de operação altíssimo. Muita gente não se dá conta de como a gastança desenfreada de um governo prejudica toda uma nação, pois eleva os gastos, eleva os juros, eleva a desconfiança e por consequência o dólar, que é a moeda de verdade que rege a economia mundial, quer queiram ou não, isso é apenas um fato.
A Etihad operava no Brasil e o motivo de sua saída foi justamente a alta do dólar, pois a cia aérea gastava em dólares para operar aqui e cobrava em reais, sendo que os valores das passagens não sofria grande alterações, mas como o dólar ficava mais caro, a cia aérea faturava menos, perceba que uma passagem de 4.200 reais com o dólar a 2 reais valia 2.100 dólares, com o dólar a 3 reais passa a ser 1.400 dólares, e agora imaginem a 6 reais, sendo que o custo de combustível permanece o mesmo em dólar. A operação se torna antieconômica.
Mas no caso específico da GOL e da AZUL, ambas não estão bem, e isso que está acontecendo é uma tentativa de sobrevivência, mas o mais importante é “Qual será o impacto para o consumidor?”.
Tendo como base todo histórico de fusões anteriores, a tendência é o valor das passagens subir, pois haverá mais concentração no mercado. Além disso, ambas as cias aéreas possuem programas de fidelidade, que embora sejam empresas à parte, dependem da cia aérea para sobreviver, ora, como você utilizará o Smiles sem GOL? Por mais que possa se utilizar nas parceiras e que as milhas venham do cartão de crédito, isso se tornará insustentável no longo prazo.
Ambas as cias aéreas possuem acordos com cias aéreas rivais que pode ter impacto nos acordos internacionais, a Azul com a United Airlines e a GOL com a American Airlines. Como irá ficar?
Sim, ainda irá demorar muito até que tenhamos resposta, mas os impactos de uma possível fusão podem ser muito prejudiciais ao consumidor.
Não é muito longe, basta olhar alguns anos atrás, a TAM era uma cia aérea de orgulho nacional, o “Tapete vermelho mágico”, com até mesmo um dos melhores serviços de Primeira Classe, com um programa fantástico o TAM Fidelidade, e hoje olhe como ficou a fusão da LAN com a TAM, na atual LATAM. Melhorou ou piorou? Responda friamente!
O mesmo pode ser dito da icônica fusão da American Airlines com a US Airways, e também da United Airlines com a Continental Airlines, todas as cias aéreas depois dessas fusões pioraram para os seus clientes, e isso é um FATO.
Então, tal comunicado, embora recheado de esperança e positividade, pode na verdade ser uma tragédia para o consumidor, algo que somente o tempo dirá, mas faremos questão de revisitar o assunto e lembrar disso, e honestamente torcemos para que estejamos errados. Qual a sua opinião a respeito?