Estamos sempre acompanhando o preço dos assentos em classe executiva para diversos destinos, e uma situação tem nos chamado atenção, o valor exorbitante das passagens em classe executiva da American Airlines.
Mas por que estamos trazendo essa informação? Para mostrar como o sistema da cia aérea pode ser danoso a ela mesma. A American poderia estar bem a frente no mercado brasileiro, mas está sendo ultrapassada pela United, Delta, Latam e até mesmo a Copa airlines.
Com os valores absurdos que vem sendo cobrados, a realidade que muitos não sabem é que sobram muitos assentos na classe executiva, porém ainda sim o voo sai cheio, mas como?
Grande parte dos passageiros não tem noção de que muitos na classe executiva NÃO pagam a passagem, e isso se deve em função de upgrades, milhas, e “non-revs”. E o que é non-revs?
Esses são os funcionários da cia aérea que ficam em stand-by para entrar no avião, e ultimamente todos conseguem entrar, inclusive, recebendo o apelido americano de “Non-rev Party Bus”, porque os assentos estão tão caros que quase ninguém compra.
Além de tudo a própria American Airlines enche os aviões da concorrência. Mas como? Basta ir comprar uma passagem para Los Angeles por exemplo. A Latam no seu voo direto está cobrando bem menos que a American Airlines com conexão. Faz sentido? É muito difícil encontrar algum cliente que irá pagar mais caro na AA do que preferir ir direto no voo da LATAM e bem mais barato. Veja o exemplo abaixo.
Perceba que, embora os valores estejam altos, existe clientela para compra desses assentos. O primeiro exemplo é voo direto, e os outros dois com conexão, igual ao voo oferecido pela American Airlines, que está cobrando nada menos do que 25 mil reais, quase 10 mil reais a mais do que o voo sem escala. Veja abaixo:
Será que realmente existem clientes que preferem pagar essa diferença para voar na American Airlines, uma cia aérea com histórico de problemas, atrasos e cancelamentos? O programa da cia aérea também já não é tão atrativo como antes.
E o que acontece na realidade? Quem acompanha e estuda sobre o assunto consegue perceber um padrão, e esse padrão indica justamente que os voos da American estão servindo para encher a classe executiva com passagens emitidas em milhas de última hora (Smiles principalmente), upgrades com a própria AA, e por fim funcionários da cia aérea.
Porém, esse tipo de situação, não é lucrativo para a cia aérea, e por mais que alguns digam que a cia aérea prefere vender 1 assento a 25 mil reais, do que 2 a 13 mil reais, a conta não fecha, pois de um voo com 50 assentos na classe executiva, como o Boeing 77W, a cia aérea vende cerca de 10% a esse valor ( 5 x 25 mil reais = 125 mil reais), já se o valor fosse cerca de 13 mil reais a expectativa de venda seria algo em torno de 30% ( 15 x 13 = 195 mil reais).
De toda sorte a grande parte da classe executiva da referida cia aérea tem sido preenchida quase que totalmente por “instrumentos” que não passagem pagante, o que demonstra que a situação está muito pior do que o relatado, pois no caso o custo desse assento para a cia aérea é o mesmo, porém a lucratividade é negativa, simplesmente porque deixa de vender para transportar funcionários de graça ou clientes a muito baixo custo.
Para quem tem milhas smiles, milhas da American, e upgrades está no melhor dos mundos, porém por que a cia aérea não prefere baixar o valor da passagem em sua classe executiva e lucra com algo que está trazendo prejuízo?
Depois, mais adiante, quando a cia aérea estiver em apuros financeiros e precisar fazer alterações, irá “chorar” para o cliente e governo, pedindo auxílio.
Então é preciso que a cia aérea reveja seus valores, e mesmo que esteja lucrando com carga, poderia estar monetizando melhor o andar de cima e fidelizando seus clientes. E você? O que acha? Qual sua opinião a respeito da precificação das passagens e concorrência?