Bom, isso já era de se esperar, sendo que só estávamos aguardando os detalhes. Em alguns fóruns dos EUA ocorreram alguns vazamentos de informação no dia de ontem, dia 17 de Janeiro de 2017, e todos errados, e talvez isso tenha motivado a American a divulgar informações oficiais sobre sua tarifa econômica básica, e chega a ser meio cômico o modo de como a AA anunciou, que foi justamente via Twitter utilizando a expressão “Get The Facts about…”, praticamente dizendo de forma educada que o que havia sido “vazado” era inverídico. Mas vamos aos fatos então:
1 – Ainda não sabemos se isso afetará o Brasil, pois no Press Release diz que a tarifa começará a ser comercializada dia 10 de Fevereiro apenas em mercados selecionados, e com base nessa informação devo fazer um teste, tirar print da tela um dia antes e depois, para saber se a AA irá baixar para uma tarifa menor, ou se irá manter a menor tarifa, e aumentar o valor da econômica, então vamos aguardar até lá. Minha aposta é que mantenha o menor valor, e aumente o valor da econômica normal;
2 – A experiência a bordo não irá mudar, e será igual a de qualquer outro passageiro, o que é não é ruim, pois você poderá consumir os itens oferecidos de forma gratuita como água, refrigerantes, e lanches, além de poder utilizar o sistema de entretenimento de forma gratuita;
3 – A marcação de assento somente será permitida no check-in, ou 48h antes se você pagar uma taxa, e precisamos saber quanto será essa taxa, pois já observamos na Delta que a diferença entre a econômica básica e econômica pode ser menor que essa taxa, que fica na casa dos 20 dólares, e se isso acontecer, pode ser um meio de a empresa lesar o consumidor, principalmente aquele desavisado, que compraria a econômica, e daí vê um descontinho, e depois descobre que se desejar marcar assento e pagar a taxa o valor da tarifa com essa adição superaria o valor da Econômica normal. Agora, para quem não se importa com marcação de assento, pode ser interessante, se bem que é sempre bom observar a diferença de valor, pois essa é apenas uma das diferenças da tarifa.
4 – Não será permitido upgrades, independente do status elite, o que é completamente indiferente nos dias de hoje, já que upgrade raramente estão sendo liberados, logo não vejo nenhum problema aqui, já que a única coisa que você elimina é a “possibilidade”;
5 – Somente será permitido um item pessoal que caiba debaixo do assento, e o passageiro que tentar trazer uma mala de mão a bordo deverá pagar a taxa de despacho da bagagem em 25 dólares mais 25 dólares de serviço, totalizando 50 dólares, olha aí, a econômica básica mudando sua roupagem, porém haverá uma exceção nesse caso, que é para os clientes elite, e portadores do cartão de crédito selecionado da American, que ainda será divulgado;
6 – Com relação ao embarque serão do último grupo, e também haverá a exceção dos portadores de cartões elegíveis, e membros elite. Vale destacar que o embarque da AA é geralmente caótico, e nunca obedecido, então outra coisa em vão também;
7 – Bilhete do tipo use ou perca, e isso é muito importante, pois a partir do momento que você emite esse ticket você não poderá alterara em qualquer forma, ou cancelar, devendo usá-lo ou então perder o dinheiro que pagou no mesmo. Acho essa política abusiva, mesmo para o tipo da tarifa, e isso jamais poderá ser implementado no Brasil de acordo com a lei, ainda mais agora com as mudanças anunciadas pela ANAC, e isso pode ser um indicativo de que não funcionará no Brasil. Lembro também que, mesmo comprando esse bilhete para voos internos nos EUA, como por exemplo Orlando – Miami, você terá os 7 dias garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor para cancelar e receber o Reembolso integral, e confesso que estou curioso para saber como a AA irá gerenciar os passageiros brasileiros que adquirirem esse tipo de passagem;
8 – Por fim, diferentemente da United e copiando a Delta, serão depositadas todas as milhas referentes ao voo realizado, sendo apenas concedido 50% das milhas ou segmentos para qualificação elite.
Conclusão:
Não foi tão ruim assim a apresentação dessa tarifa de econômica básica, mas deixa uma reflexão, por exemplo se você for comprar uma passagem de Orlando para Miami e precisar despachar uma mala, e querer marcar assento, poderá incorrer numa sobretaxa de até 70 dólares, ou seja, acredito que esse deverá ser o valor mínimo de diferença entre uma tarifa e outra, caso contrário, vale muito mais a pena pagar essa diferença, e ter todos os benefícios da tarifa econômica normal.
Outra coisa interessante é que a American não foi tão agressiva, e sabem por que? Porque o seu tráfego está diminuindo, então apresentar algo de forma mercenária como fez a United seria suicídio comercial. Vale lembrar também que as empresas low cost estão muito confortáveis, e tem margem para diminuir o valor de suas tarifas, o que pode acarretar uma dor de cabeça para a American, mesmo com essa implementação.
No comunicado à Imprensa a American deixa claro que a inserção dessa tarifa no seu sistema é para competir com as empresas low cost, embora eu pessoalmente acho que isso não irá surtir efeito, pois as operações da American são famosas pelos atrasos e cancelamentos, e muitos de seus passageiros toleravam esses inconvenientes em função do programa de fidelidade AAdvantage, que agora passou a ser carta fora do baralho. Será muito interessante observar a chegada desse “novo produto”, que de novo não tem nada. Já sabemos que para consumidores brasileiros alguns aspectos não serão válidos, e agora só nos resta aguardar para saber a característica mais importante de tudo isso, que é a diferença de valor entre as tarifas, e se os valores cairão, ou subirão, o que pode ser uma ótima sinalização de como serão as coisas no Brasil com as novas regras do setor. Boa Viagem.
*Imagem retirada do Press Release da American.