Já presenciamos esse cenário antes, quando o dólar chegou no patamar de 5,85 reais. O valor das passagens tanto em classe executiva, como em classe econômica caíram significativamente. E por que isso ocorreu?
Porque o sistema de distribuição de passagens é baseado uma “predição”, onde o algoritmo tenta entender a demanda e equilibrar com a oferta, e sim existem intervenções humanas como travas e inserções de promoções, mas na maioria das vezes, roda no automático resolvendo essa equação.
Quando as buscas diminuem, e os voos deixam de vender, o algoritmo tende a baixar as passagens, e agora principalmente com aumento da oferta para suprir a demanda que está aquecida, começaremos a ver um “turning point” nessa curva, caso o dólar continue a subir.
Isso é uma coisa curiosa, pois muitos acreditam que com o dólar alto o valor das passagens irá explodir, quando na verdade é oposto que acontece, pois embora o custo operacional para a cia aérea será maior, o que dita o valor real das passagens é a relação de oferta e demanda, e não o valor do dólar.
Será interessante testemunhar esse evento com a atual oferta, que ainda não regressou ao patamar pré-pandemia, e pode voltar a fazer com que as cias aéreas desistam de aumentar suas frequências ou até mesmo reduzir a oferta existente.
Vale a pena lembrar que a Etihad Airways deixou de operar no Brasil justamente pelo valor do dólar alto, pois se o dólar vale 3 reais, uma passagem de 6 mil reais vai render a cia aérea 2 mil dólares, ao mesmo instante que se o dólar valer 6 reais, a cia aérea irá reembolsar apenas 1 mil dólares, porém os seus custos para realizar o mesmo voo terá sido acrescido em 100%.
E não adianta subir o valor da passagem, pois nesse caso, você irá reduzir muito a demanda, como foi o caso da Etihad, fazendo voos com pouquíssimos passageiros, a ponto de encerrar as operações no Brasil.
E você? Continuaria viajando com o dólar a 6 reais ou mais mesmo a passagem baixando de preço?