Essa é uma postagem com a minha opinião pessoal sobre a reportagem divulgada pelo UOL de título “Festa da passagem aérea barata está prestes a acabar nos EUA”. Esse dissertação foi a pedido do leitor Fabiano Pereira. O Link da reportagem no UOL está aqui, leiam e voltem em seguida.
Pois bem, vale ressaltar que foi apenas um artigo noticiado pelo UOL escrito pelo Justin Bachman da Bloomberg. Eu, particularmente sempre fiz o contrário do que economistas pregavam, porque era certo de acontecer. Foi justamente quando o então Ministro Mantega disse que quem apostasse contra o real iria quebrar a cara o período que comprei mais dólares, e não deu outra. Também quando o dólar chegou a 4 Reais e os economistas afirmavam que a moeda terminaria o ano entre 5 e 6 Reais, então foi a hora da venda, e por aí vai, não sendo muito diferente no mundo das cias aéreas.
O Primeiro parágrafo do artigo começa com um grande erro, afirmando que as cias aéreas irão seguir a Delta, e isso até pode acontecer, mas somente com as cias “idiotas” de sempre, ou seja, American e United. Digo isso porque a Alaska Airlines, JetBlue, Spirit, Frontier e Southwest estão doidas para que a Delta aumente os seus valores, e atualmente essas respondem por quase 68% do mercado de aviação comercial dos EUA. Para vocês terem uma noção, a Alaska Airlines comprou a Virgin American inteira, e ainda ficou com dinheiro em caixa.
É muito fácil chegar a conclusão que o autor do artigo chega simplesmente olhando as 3 maiores dos EUA, mas ele se esquece que essas são as três maiores não porque movimentam mais passageiros nos EUA, mas porque tem forte atuação internacional. Talvez o título devesse ser “Festa da Passagem Aérea Internacional para fora dos EUA está prestes a acabar”, e então sim eu concordaria plenamente, porque nunca se viu valores tão baixos praticados para o mundo a partir dos EUA como nesse ano, onde era possível achar passagens para a Europa por menos de 400 dólares ida e volta com impostos inclusos, e isso para um americano é de fato muito barato. Muitos até estão comprando passagens em classe executiva por menos de 1.200 dólares também ida e volta com impostos e taxas inclusos.
Agora, um fator importantíssimo que o autor simples nega em seu texto é a influência do programa de fidelidade. A maioria dos americanos agora está voando de Spirit que tem passagens por muita das vezes na faixa de 19 dólares, e esses mesmos nem se importam de pagar 25 dólares a mais para despachar uma mala se for o caso, pois ainda sim sai mais em conta do que voar com as três grandes “idiotas”. Digo “idiotas” porque a ruína dessas para as lowcost foi justamente com a morte dos seus programas de fidelidade. Tanto United e Delta tomaram um tombo da qual nunca se recuperaram desde que alteraram esses programas, mas os executivos ficam utilizando diversas outras desculpas para justificar a ausência de passageiros em seus voos.
A última a amargar esse resultado foi a American, que depois de uma no fabuloso de lucros recordes astronômicos teve sua primeira queda no lucro, e com tudo que está aí exposto eu pergunto: Será mera coincidência? Esses três grandes cias aéreas tiveram que inventar um troço de classe econômica básica para competir com as low cost americanas que vem crescendo cada vez mais, pois optaram no modelo preço/lealdade, como a Alaska Airlines que hoje é a considerada com o melhor programa de fidelidade nos EUA, e que recebeu uma avalanche de passageiros com a mudança do programa da American. Mais outra coincidência?
A verdade é que muitos ignoram a verdade, exatamente o que está acontecendo com o Brasil hoje. Temos voos vazios, sem disponibilidade para upgrade/milhas, e com passagens para os EUA em valores absurdos, porém no fim das contas o avião sai cheio, e vem o pessoal da American com aquele ar pomposo e diz: Viu só! Eu falei que o avião ia lotar. Realmente! O Avião lota de funcionários, passageiros que vão para a Europa a um valor super baixo, e prêmios que abrem de última hora. Se isso é bom para a empresa, eles sabem o que fazem. Me parece genuinamente que estão perdidos e simplesmente não querem admitir a realidade que está batendo a porta para não dar a razão aos seus clientes.
Enquanto alguns acreditam que a festa de passagens aéreas está prestes a acabar tenho um sábio amigo que me disse a seguinte frase: “Eu posso viver sem voar, já a American…”. E isso serve para todas as cias aéreas, que não entendem que na maior parte do mercado voar é uma opção, e não uma obrigação. Marquem essa postagem, que daqui um ano a gente volta para ver os resultados. Agora se tem alguém que vai ficar muito contente com o aumento praticado pela Delta são as lowcost no setor nacional, e as cias do Oriente Médio no Internacional, que estão sofrendo enorme pressão para diminuir sua operação nos EUA, pressão essa capitaneada pela Delta. Por que será? Fabiano também me perguntou sobre os reflexos no Brasil, e com todo carinho e respeito digo que se aumentar mais do que já está será melhor ir de ônibus ou navio para os EUA. Boa Viagem!