Na semana passada a fala do CEO da LATAM durante um evento com agentes de viagem se transformou num “trending topic” ao afirmar que o mercado paralelo de milhas no Brasil é um câncer. 

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Mas por que ele afirmou isso? Ora, é notório que em virtude das peculiaridades do mercado brasileiro, muitos se aproveitaram de algumas técnicas para ganhar dinheiro com o comércio de milhas. E o que de fato há de errado nisso? NADA!

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Agora, o que o Sr. Jerome esqueceu de mencionar foi que quem criou as condições para que tal mercado surgisse foram as próprias cias aéreas do Brasil. Na tentativa de lucrar muito com a venda desenfreada de pontos há cerca de 7 ou 8 anos atrás, as empresas chegaram até mesmo a vender milhões de pontos para grandes agências de milhas em contratos sigilosos.

Além disso, principalmente por parte da LATAM, vivenciamos um terrorismo tecnológico, onde o site NÃO ajuda em nada a utilização dos pontos. A cia aérea tem várias parceiras com uma tabela fixa boa, mas não conseguimos emitir NADA online.

E não é somente com a tabela fixa, mas também por vezes em emissão com a própria LATAM, nós recebemos erros como “forbidden” entre outros, ou seja, a própria cia aérea dificulta a utilização de resgate de milhas pelo seu cliente, e o que resta ao cliente fazer com seus pontos ao ver o seu saldo lá parado chegando próximo da data de expiração? Você já sabe a resposta.

A LATAM é uma excelente cia aérea, mas tem prejudicado demais os clientes do seu programa de fidelidade, e muito disso nada tem a ver com o mercado paralelo de milhas no Brasil. Vamos pegar as últimas alterações para quem é cliente TOP do seu programa de fidelidade, o Black Signature.

Atualmente somente é possível chegar no nível máximo do programa LATAM PASS voando, e mesmo assim a cia aérea eliminou vários benefícios na sua última rodada de atualizações do programa cortando os upgrades, instituindo perfis de tarifas com multas de alteração e reembolso, eliminando o desconto de 10% de resgate de pontos, entre outros.

Então perceba que não é algo direcionado ao mercado paralelo de milhas, mas sim a ganância da empresa, que usou e abusou da venda de milhas num momento propício, e agora num período pós-pandemia com baixa oferta e altíssima demanda querem virar o jogo para lucrar mais e mais, o que de fato também não tem problema algum, pois o objetivo de toda empresa é lucrar. O problema é a hipocrisia a respeito querendo MONOPOLIZAR esse uso de milhas e pontos.

Logo é muito fácil falar que o mercado paralelo de milhas no Brasil foi desvirtuado e se tornou o câncer, mas ele também não deveria ter esquecido de mencionar que QUEM de fato desvirtuou o mercado e permitiu a situação chegar até onde chegou foi a própria LATAM e demais cias aéreas que operam no Brasil. 

E você? Concorda ou discorda? Deixe sua opinião abaixo. Será que em breve teremos mais pacotes de maldades por parte da cia aérea alegando que deve eliminar esse “câncer” do mercado brasileiro?