Em um evento organizado pelo Portal Panrotas, o CEO da LATAM, Jerome Cadier, afirmou que o mercado de milhas no Brasil é um câncer, e que a empresa fará de tudo para dificultar e até mesmo eliminar tal mercado paralelo.

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O CEO tem razão em partes, realmente o comércio desenfreado como se instalou no Brasil prejudicou muito os usuários reais dos programas de fidelidade, porém esse “câncer” como ele mesmo se referiu foi criado pelas próprias empresas.

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A partir de meados de 2013, quando então começaram a surgir as primeiras empresas de corretagem de milhas e anunciar de forma clara, as empresas poderiam ter se unido e colocado travas para impedir tal comércio, mas o que ocorreu foi o contrário, algumas cias aéreas celebraram acordos com algumas empresas em sigilo inclusive vendendo milhões de pontos a preços baixos.

A grande verdade é que até a pandemia as cias aéreas não se incomodavam muito com esse comércio, porém com o surgimento dos milhares de curso ensinando a ter renda extra com milhas, muitos desses patrocinados por essas agências de compra de milhas, o negócio explodiu, e justamente numa época em que estava “fácil” achar disponibilidade em função do número reduzido de passageiros viajando.

Pois bem, o cenário mudou, e hoje a disponibilidade está super escassa, e aqueles métodos para produzir milhas baratas e revendê-las já estão colocando várias pessoas em risco. As boas promoções praticamente acabaram e não se acha mais disponibilidade como antigamente, e isso fez surgir as famosas “passagens flexíveis” que de flexíveis não tem nada, inclusive publicamos um artigo a respeito que você pode ler clicando aqui.

Fato é que o mercado das empresas aéreas é muito desequilibrado, onde a empresa pode tudo e o passageiro pode nada, então quando esse “acha” algo valioso, ou a empresa aérea modifica ou elimina de modo sempre a ganhar mais.

A grande verdade é que a fala do CEO da LATAM nesse momento é uma fala hipócrita, pois a cia aérea sempre teve como coibir tal comércio paralelo de crescer, mas nunca o fez se aproveitando do mesmo nas sombras, e quem trabalha mais a fundo com isso sabe exatamente disso.

Perceba que nas cias aéreas americanas, qualquer indício de venda cancelam a sua conta e sem seu cartão de crédito nem permitem a emissão de passagem prêmio. A segurança corporativa deles é um dos setores mais respeitados da empresa tendo poder de suspender e até mesmo encerrar a conta de fidelidade por atividades suspeitas.

Aquele velho ditado é muito correto, quem quer faz, quem não quer justifica. E é isso que estamos observando aqui nesse momento. E você? Concorda com o CEO da LATAM? Acredita que ele quer coibir tal mercado paralelo para melhorar o lado dos passageiros? Qual sua opinião a respeito?

Você pode ler a reportagem sobre o evento clicando aqui.