Afinal de contas, de quem é a grande culpa pela comércio de milhas no Brasil?

Cada vez mais que temos questionamentos sobre redução de benefícios ou desvalorização dos pontos ou milhas por parte da cia aérea, sempre obtemos aquela resposta, que a culpa de tudo é do comércio desenfreado de milhas e pontos no Brasil, tendo até um CEO de uma cia aérea chamado tal negócio de Câncer.

 Mas sempre esquecem de fazer o questionamento principal, aquele originário, que deu início ao comércio desenfreado de milhas e pontos no Brasil, de quem é a culpa? E a resposta é simples e de fácil entendimento.

A culpa são das próprias cias aéreas. Elas são as verdadeiras culpadas pelo negócio de milhas e pontos no Brasil. Por que? 

É muito simples, basta fazer uma pequena e rápida comparação com programas estrangeiros. Qual o programa que vende milhas ou pontos no exterior com um valor atrativo para comércio? Qual o programa vende milhas e pontos direto para agências de viagem? Qual o programa no exterior recebe pontos por venda de pacotes atrelados a pontos de programa de postos de gasolina?

A resposta é NENHUM para todos, sendo que somente os programas nacionais tem essas atitudes que condicionaram massivamente o comércio de milhas e pontos. Perceba você que atualmente existe até curso de como abrir agência de milhas e pontos.

E o mais feio de tudo, e injusto também, é colocar essa culpa nos milheiros, ora, quem é que vendia pontos para a 123 milhas comprovadamente? A Dona Azul linhas aéreas, que ainda limitava a emissão para 5 pessoas no resgate de qualquer conta Pessoa Física, mas na PJ da 123 Milhas era tudo festa.

A LATAM vende pontos por um valor que permitem emitir passagens na tabela fixa por um valor muito abaixo do mercado, o que em si não chega a ser um problema, mas quando se coloca um limite de 1 milhão de pontos por conta por ano, aí você já começa a entender a dinâmica da coisa.

Todos os programas americanos tem limite em cerca de 200 mil milhas ou pontos na compra de pontos por ano, justamente por isso, para permitir que o cliente faça usufruto desse benefício para um máximo de 2 ou 3 passageiros configurando a emissão de uma viagem familiar.

O Seu Smiles é outro que volta e mais envia vouchers de desconto chegando a quase 85% a depender da conta, inundando o mercado brasileiro de milhas e pontos.

Muitos reclamam com razão da proliferação de cursos e influenciadores que estimulam o abuso aos programas de milhagem, porém os grandes culpados disso são os gestores dos próprios programas.

Quem deu causa ao câncer das milhas foram as próprias cias aéreas brasileiras, que ao invés de combater e dificultar desde o primeiro momento, resolveram estimular e surfar na onda, porque no fim eles detêm o valor dos seus pontos, podendo da noite para o dia simplesmente mudar toda uma tabela de resgates.

Então não adianta colocar a culpa nos milheiros ou no comércio desenfreado de milhas, se as cias aéreas continuarem praticando o que elas fazem para cada vez mais ganhar dinheiro, que é inundar o mercado de milhas e pontos.

E o pior de tudo é que muitos são prejudicados, pois dão ouvidos a certos “influenciadores” e acabam pagando mais caro quando essas desvalorizações ou restrições ocorrem. Não podemos deixar nunca no esquecimento que no caso da 123 Milhas vários sites e influenciadores recomendaram o produto e a empresa por estarem recebendo comissão, mesmo tendo a real ciência de que aquele produto oferecido era o esquema de uma pirâmide, e a conta não fechava nunca.

Por isso, estamos aqui, para servir de um contra-ponto razoável, sempre na intenção de ajudar a todos a viajarem mais e na melhor condição possível, sempre trazendo a realidade e sem adolo capitalista em troca de patrocínios ou convites para eventos.

Conte conosco sempre para trazer a realidade dos fatos para você e tenha certeza de que aqui ninguém será censurado.