Não adianta reclamar, não adianta chorar, nem espernear, pois as mudanças vieram, e muito piores do que se esperavam. Darei Adeus a American Airlines? Claro que não. Pois é nessas horas que o Mestre das Milhas vem mostrar o seu valor, e se diferencia dos demais. Abaixo iremos fazer um artigo bem específico, técnico, e imparcial sobre o que vem mudando, e como contornar algumas dessas mudanças. Sei que na última postagem foi uma notícia ruim, praticamente um Armageddon, como na foto que foi tirada do Google Play, mas vamos aos fatos, e outros questionamentos que também não foram muito bem esclarecidos quando da divulgação em primeira mão da notícia de mudança final do AAdvantage, programa de fidelidade da empresa American Airlines.
Todos já sabíamos que a American Airlines iria converter seu programa para remunerar milhas baseados no gasto, e não mais na distância voada. Mas existe um jeito de contornar isso? Sim! O sistema da American não tem acesso aos dados financeiros das suas parceiras, e com isso, quando voar na OW e creditar para o AAdvantage, você ainda receberá milhas baseados em distância, e contarão para qualificação. Isso é ótimo, mas o verdadeiro pulo do gato está aqui: Se você comprar uma passagem da AA pela TAM, como por exemplo RIO – JFK, na numerão JJ XXXX, você receberá a pontuação em distância em não com base no valor do bilhete, já que compartilhar essa informação fere a confidencialidade financeira da empresa. Logo, ainda será possível pontuar em milhas de distância no AAdvantage, caso você compre seu bilhete com a TAM, e a numeração do ticket não comece com “001”, que é o designador da empresa aérea. Caso você compre um voo da AA com a TAM, mas que seja numeração AA ou ticket 001, aí nesse caso sim irá pontuar com base no gasto, pois é apenas uma triangulação, onde a TAM vende voo da AA, o que no caso anterior, era um voo TAM operado pela American Airlines.
Logo em seguida vem a qualificação. Notei muita gente chorando porque a AA não isentou quem mora fora dos EUA do gasto mínimo de 12 mil dólares para se tornar o Executive Platinum. Mas, lembre-se que com o novo programa, acabou a exigência de voar 4 trechos da AA, o que na minha opinião foi uma burrice deles, da mesma forma que será possível receber EQDs das parceiras baseados na distância e classe voada, ou seja, com isso, será fácil atingir o número 12.000 EQDs (Dólares gastos) comprando por exemplo as executivas da TAM de 3.500 Reais para a Europa, que deverá gerar um número considerável de EQDs, em uma proporção de 25% especulo eu.
Com isso já solucionamos o problema de acúmulo e qualificação. Agora vamos falar do novo nível elite, o Platinum Pro. O mesmo só entrará em vigor em 2017, para a qualificação no mesmo ano, ou seja, você só começa a contar qualificação para o novo elite, somente a partir de 1º de Janeiro de 2017. Para ser bem honesto, fiquei decepcionado com o novo nível, achei que fosse ter mais benefícios, porém agraciaram o mesmo somente com 2 benefícios significativos, que são upgrades domésticos ilimitados, e prioridade para uso dos mesmos. A American perdeu a oportunidade de dar o status emerald para esse, que o único benefício real é acesso às salas vip de Primeira Classe. Além disso, também não incluiu o novo status nos seu rol de benefícios do Programa Million Miler, que como acontece na United, tal status seria garantido aos 3 milhões de milhas, porém não aconteceu. Então essa introdução foi decepcionante, embora recebi notícia de que pode vir a sofrer alterações no futuro.
Uma boa notícia é que a partir de 2017, os membros Executive Platinum poderão receber upgrades gratuitos nos seu bilhetes prêmio a nível doméstico. Ou seja, se você emitir uma passagem em econômica a bordo do 777-300 que opera entre Miami e Los Angeles, poderá receber upgrade gratuito para a executiva dependendo da disponibilidade do voo. Com isso, demonstramos aqui como contornar alguns percalços impostos a nós viajantes frequentes da AA. É importante também dizer que a partir de 1º de Agosto de 2016, o AAdvantage irá perder o status de melhor programa de fidelidade do mundo, o que me faz olhar para o British Executive Club, ou Latam Fidelidade. É uma pena que a American tenha decidido trilhar esse caminho, pois passa tratar as “sobras” como diz meu amigo Luiz Danna, como Revenue, o que é errado, e pode trazer consequências para a empresa, mas cada um sabe o que faz, especialmente nós viajantes frequentes, que efetivamente temos várias escolhas ao nosso alcance, inclusive a escolha de não viajar. Espero que você tenha gostado desse artigo, que é uma análise bem técnica e objetiva das mudanças, sem muito conteúdo opinativo. Boa Viagem.